28 de fev. de 2007

Lições de Hermenêutica Secular

Respondendo à várias pessoas que entraram em contato conosco desde a estréia deste já famoso blog, o Instituto Quântico Brasileiro nada mais é que uma reunião de professores de Ciências (especialmente Física) e filósofos que decidiram oficializar esses encontros na forma de uma instituição de ensino. Há duas sedes oficiais e legais: São Paulo e Porto Alegre. Nosso site oficial ainda está em construção. Esperamos lançar nas próximas semanas versões de teste do site. O motivo da demora no lançamento é que decidimos implantar na página oficial todas as novidades que a Web 2.0 oferece, incluindo vídeos em tempo real, podcasts, fóruns, chats, centros de pesquisa, bibliotecas quânticas e campos de pesquisas metafísicos. Enquanto tudo isto está sendo testado, decidimos abrir o blog oficial, para que possamos transmitir sabedoria e Iluminação com maior praticidade.


Ainda esta semana anunciaremos o e-mail pelo qual os leitores e leitoras poderão entrar em contato direto conosco.

Ainda sobre a filosofia do Instituto, nada melhor que ler a declaração de Fábio Pontes, emérito físico brasileiro, em carta aberta ao Centro Oficial de Estudos Literários da Faculdade de Psicologia da Universidade Independente, de Lisboa. O Centro havia entrado em contato com o sr. Pontes em meados de 2005 e afirmou que a institucionalização da física quântica é variável em relação ao grau de especialização do sujeito subjetivo. Eis que Pontes, didaticamente, respondeu através de metáforas de Sauvy, filósofo muito conhecido por lá, e convenceu o Centro de que ele estava errado.


"As górgones enunciações acadêmicas são teatros secundogénitos da neuróglia teia hussita professoral. Citando Paoli, "Biens apportés sur le dos du diable, Tournent avec la selle." Ou seja, o uso de silogismos deturpa o léxico fluído da enunciação retória, encapuzando as mentes com afã de conhecimento, enfobiando-as pela triga azáfama da vacância.

Como bem apontou o mestre Alfred Sauvy, em
La Montée des jeunes (ed. Calmann-Lévy, Paris, 1959, p. 144), "une des formes de la stérilité, de l’improduction est le désir de très bien faire. Elle conduit au scrupules, à l’aboulie, à l’incapacité de prendre une décision." Esta linha de raciocínio defronta as ambigüidades provenientes da postura pós-neófila que varreu o palco intelectual da Normandia no século XIX.

Uma vez que o vexilo sinderético destrói vontades oriximaníacas, ficamos todos em total harmonia com o que, quem e onde das linhas de pensamento.

E que todos assim o sejam!!"

E que seja exatamente assim! O Instituto assina em baixo. Como já devem ter percebido pela retórica erudita, Fábio Pontes é um dos membros e escritores do Instituto e seus textos, apesar de muitas vezes difíceis de entender numa primeira lida, são guias que abrangem todos os desafios que a filosofia quântica produz.

Esperamos ter esclarecido este ponto filosófico. Qualquer informação adicional poderá ser encontrada em futuros posts ou como resposta aos e-mails que nos são constantemente enviados. Indicaremos esta página aos vários interessados na hermenêutica quântica, para que não tenhamos de repetir a mesma resposta diversas vezes.


27 de fev. de 2007

O Loop Dicotômico

Bem sabemos nós, Seres Iluminados, que o profundo entendimento da Física Quântica transforma nossa maneira de ver o mundo. Aliás, bem sabemos que o próprio mundo pode ser transformado, se soubermos vê-lo da maneira correta. Eis um semi-aforismo que convém ser lembrado.

Há uma dúvida que persiste na cabeça de muitos novos discípulos dos ensinamentos quânticos, que é a seguinte: 'já que a física quântica me permite objetivamente mudar a realidade à meu bel prazer, o que garante que a realidade, incluindo minha consciência, é real?'

Esta intrincada questão já foi muito estudada pelos profissionais do Instituto e descobrimos que variações da mesma, excluído o teor quântico, podem ser encontradas em textos que variam desde a Idade Antiga até o Renascimento. Filósofos como Aristóteles, Platão, Rousseau, Kant, entre outros gênios, já se debatiam com o problema da real realidade. Felizmente para nós, vivemos em uma época de culto à Ciência, na qual sofismas do passado podem finalmente ser enterrados! Estes filósofos dariam os dois olhos para viver no Hoje nosso, desde que tivessem tradutores por perto, uma vez que, para homens cultos, viver numa época sem poder ler não é viver.

Como o intuito do Instituto é patrocinar o pensamento crítico e o raciocínio lógico, não daremos a resposta à enigmática questão prontamente. Ao invés, guiaremos o leitor em um tour-de-force mental. Através da nossa orientação, ele chegará facilmente ao veredito que demorou séculos para ser compreendido pelos homens e mulheres da Ciência.

Eu e Eu mesma: iguais, mesmo sendo diferentes

Exercício mental lógico de raciocínio (repita mentalmente as enunciações e uso seu tempo para compreendê-las, atingindo assim o Entendimento): 'Eu existo? Há duas opções: sim e não. Porém, apenas uma delas é viável. Sim, eu existo, já que estou pensando neste momento sobre a minha existência. Se não existisse, não pensaria; mesmo que pudesse pensar, se eu não existisse, não haveria sobre o que pensar (Louvado seja Descartes! -- não precisa repetir esta observação--). Assim, concluo que Eu existo. Porém, através da compreensão da Física Quântica, pude manipular a realidade de acordo com minhas vontades mais secretas. Assim, será que a realidade é real ou será que apenas Eu sou real e vivo em uma realidade não-real?'

Após raciocínios iniciais, chegamos ao ponto crucial. Primeiramente, concluímos que Eu (você também, não se preocupe!) existo. Agora, temos de contornar a seguinte questão lógica: será que a minha realidade sou Eu mesmo quem crio, ou será ela a criação de outrem? Uma difícil e profunda questão, mas nós do Instituto estamos aqui justamente para ajudar nesta hercúlea tarefa de aprendizado, com a ajuda dos mais novos fatos científicos. Respire fundo e prossigamos.

Parte 2: 'Se a minha realidade sou Eu quem crio, porque será que sofro? As grandes desgraças e tragédias que o Destino do Cosmos coloca em meu caminho retiram minhas energias, forças e vontades, entregando-me ao medo. Eu não gosto daquilo que tenho medo. Dessa maneira, percebo que não posso ser Eu quem cria minha realidade, já que nunca moldaria minha existência com base nos medos, que tando rejeito. Assim, percebo que Eu existo, mas me mantenho preso numa realidade que não é diretamente controlada por mim. Agora, será que há alguém controlando minha realidade, uma Inteligência superior? Já que minha vida não é perfeita, já que sofro muito e batalho para Conhecer, sei que uma suposta Inteligência ou é maligna ou não me conhece, já que me faz sentir medo. Porém, sei também que é através da dor e do sofrimento que alcanço novos limiares, que cresço como ser humano, que me aperfeiçoo. Assim, a suposta Inteligência quer meu bem; o Cosmos quer me fazer crescer. Porém, sabendo que Eu existo e me conheço, como pode o Cosmos querer meu bem, me conhecer tão bem, saber de meus prazeres e medos? Concluo que a Inteligência, se realmente existir, sou Eu.'

Este é o chamado 'Loop Dicotômico' pelos estudiosos físicos, ou 'Loop Eu-Eu'. Perceba que não importa o caminho que nosso raciocínio siga, a conclusão sempre é a de que Eu sou o agente transformador da realidade. Quando dois ou mais caminhos se encontram num lugar comum, chamamos de loop, por isso a definição dos físicos. O único porém é que, no caso deste loop específico, um nome melhor adaptado seria 'Loop Unicotômico' ou 'Loop Monocotômico', ou apenas 'Loop Cotômico', já que se trata da unidade Eu-Eu. Falaremos mais sobre o famoso 'Loop' em posts próximos.

Por enquanto, concluímos que Eu existo e que a Realidade é real, mesmo que seja falsa e criada por Eu mesmo para Eu viver, mesmo que Eu não saiba disso.

Se todos estes jargões extremamente técnicos amedrontam-lhe, fique tranqüilo. Aos poucos, como Crianças na Ciranda do Universo, vamos dissecando este palavreado difícil e rebuscado da Ciência. Nossos primeiros passos, sempre desequilibrados, aos poucos ganham harmonia e vida. Para tanto, basta lembrar-nos que mesmo grandes gênios modernos, como Richard Feynman (prêmio Nobel de Física), sentiam dificuldade quando o assunto era Física Quântica...

"I think I can safely say that no one understands quantum mechanics." -Feynman

Os Desafios Quânticos da Indisciplina

Numa verdadeira afronta aos valores do Homem (este enquanto ser holístico do pragmatismo social), eis o instantâneo que chocou a Grã-Bretanha: um rapazote ameaça, através de gestos burlescos, a integridade do líder tóri David Cameron, que pode muito bem vir a ser o novo primeiro-ministro britânico.


Enquanto nos debulhamos em estripulias pleistocênicas, que apenas trazem caos à arraigada imagem fraternal entre a humanidade, o marzipã juvenil emburrece-se através da Indisciplina. O olhar obtuso se faz possuir pela massa púbere, que nos lembra a cigana oblíqua de Machado de Assis. Assim como Capitu, as novas gerações capitulam o joguete de interesses do Egoísmo sem limites.
E o que fazemos nós, seres de Consciência? Guarecemos a Pandora moderna, que arrebata a apical dominância eterna do Saber.

Enquanto guzerátis maltrapilhos tendem a semear a discórida e o xacoco, enquanto o xabã cinta as regras unhacas da ignorância coletiva, ao mesmo tempo que suxa a habanera melopéia do multiculturalismo, vemo-nos enterrados no barro do jabaculê.

As teorias físicas, especialmente as relacionadas às subpartículas atômicas, por exemplo a que se refere aos káon-menos e -mais, são a prova irrefutável do Equilíbrio ao qual o Cosmos anseia. Qualquer Ser com o mínimo de erudição (e apenas senso crítico bastaria neste caso) percebe que precisamos alcançar a homeostase, o Equilíbrio do Homem. Mas como conseguir isso se as futuras gerações não dão valor à Ciência?

O atual estado de ignorância é o vitupério dos tempos modernos. Sejamos todos opsônomos do cardume juvenil. Eles precisam de Guias...

Somente assim imagens chocantes e pesadas como essa não mais ocorrerão.